quinta-feira, 29 de março de 2007

Pequeña Copa Del Mundo

por Luciano Pasqualini (Academia de História do Palestra)

Alguns jornalistas gambás e bambis andam falando deste torneio pra tumultuar a mídia, então vamos aos fatos:

1. O tal torneio, foi criado em 1952 em Caracas na Venezuela, e foi disputado por alguns anos, de forma irregular.

2. Nunca houve qualquer critério de escolha dos participantes. Como qualquer torneio de verão, como um Carranza da Venezuela, vinha quem era convidado, e aceitava o convite. Os próprios brasileiros iam para lá sem serem campeões de nada [como no caso do São Paulo e do Botafogo].

3. Como na maioria das vezes os convites eram recusados, o torneio começou como quadrangular, mas teve várias edições com apenas 3 times, e num determinado ano teve só 2 que aceitaram disputar. Neste ano por sinal, nem a tradicional vaga da equipe venezuelana foi respeitada.

4. Entre os ilustres participantes, tivemos equipes como Académica de Coimbra, Platense da Argentina, e o La Salle da Venezuela por várias vezes. Em outras, como na vez que o Corinthians participou, uma das equipes era um "catadão" da Venezuela, entitulado "Caracas XI" ou "11 de Caracas". Imaginem o nivel...

5. Nenhum dirigente da FIFA jamais passou perto da Caracas, sequer para ver este torneio, e para piorar as relações, na segunda edição, em 1953, o vencedor foi uma equipe "pirata", o Millionários da Colômbia, que era líder de uma Liga Clandestina de futebol da Colômbia, cujo futebol ficou excluído da FIFA por 6 anos pois não respeitavam a Lei do Passe internacional. Os jogadores "fugiam" para lá, e jogavam por salários milionários, sem qualquer reembolso às equipes de origem.

Resumindo, não só o torneio jamais seria reconhecido. Num torneio que contava com uma equipe de um País desfiliado da FIFA, os próprios jogos nem oficiais são.

Qualquer comparação entre os dois torneios não é burrice nem desinformação. É MÁ FÉ do jornalista que merece apenas o desprezo. Caso alguém leia em jornais, tv ou internet algo a respeito, mandem a crítica a quem o emprega.

Copa Rio 1951 X as edições de 1952 e 1953

por Luciano Pasqualini (Academia de História do Palestra)

A Copa Rio nasceu para ser única. Na sua concepção nunca se falou de reedições. A participação formal da FIFA se deu apenas na primeira edição, e o mais provável era levar a competição para outras sedes.

A CBD aproveitando-se do sucesso absoluto da primeira edição, resolveu reeditar a fórmula no ano seguinte, mas além de não contar com o endosso da FIFA, teve que lidar com as recusas.

Sem o aval da FIFA, os campeões da Itália, novamente a Juventus, e o campeão da Argentina, o Racing, recusaram o convite [2 recusas]. Pior, os respectivos vices também recusaram o convite. A CBD então passou a convidar os campeões de outros países. Convidou o campeão espanhol [3ª recusa], e o campeão francês [4ª recusa]. Convidou o campeão alemão, o Stuttgart, mas este recusou [5º a recusar], mas o vice Saarbrucken aceitou a viagem com despesas pagas pela CBD.

Convidou o campeão austríaco, o Rapid Viena, mas até este recusou [6ª], e em seu lugar veio o vice, Austria Viena. Até mesmo o campeão paraguaio recusou o convite, e neste caso nem o vice aceitou. Veio então o 3ª colocado do Paraguai, o Libertad.

Resumindo, a Copa Rio de 1952, sem qualquer envolvimento ou aval da FIFA, teve ao menos 7 recusas, e acabou sendo formado com apenas 3 campeões nacionais, o Sporting de Portugal, o Penarol do Chile e o Grasshoppers da Suíça. A avacalhação foi tal, que na semi-final o Penarol deu um W0 no Corinthians, não comparecendo ao Pacaembu, desistindo do jogo de volta da semi-final, o que levou o Corinthians à final para levar uma piaba o Fluminense.

Já o às vezes citado torneio de 1953 nem era mais Copa Rio. Era outro torneio, nomeado como "Torneio Octogonal Rivadavia Corrêa Meyer", sem qualquer critério, com 2 paulistas, 3 cariocas, mais um convidado do nivel do Hibernunan da Escócia...

Em suma, APENAS o torneio de 1951 teve participação direta da FIFA tanto na sua concepção, organização, convites, acompanhamento de Secretário da entidade, até a entrega final de Taça e medalhas feito por membro da FIFA. O torneio de 1952 foi um torneio local, marcado por recusas e vices, e o de 53 simplesmente não existiu.