Copa Rio 1951 X as edições de 1952 e 1953
por Luciano Pasqualini (Academia de História do Palestra)
A Copa Rio nasceu para ser única. Na sua concepção nunca se falou de reedições. A participação formal da FIFA se deu apenas na primeira edição, e o mais provável era levar a competição para outras sedes.
A CBD aproveitando-se do sucesso absoluto da primeira edição, resolveu reeditar a fórmula no ano seguinte, mas além de não contar com o endosso da FIFA, teve que lidar com as recusas.
Sem o aval da FIFA, os campeões da Itália, novamente a Juventus, e o campeão da Argentina, o Racing, recusaram o convite [2 recusas]. Pior, os respectivos vices também recusaram o convite. A CBD então passou a convidar os campeões de outros países. Convidou o campeão espanhol [3ª recusa], e o campeão francês [4ª recusa]. Convidou o campeão alemão, o Stuttgart, mas este recusou [5º a recusar], mas o vice Saarbrucken aceitou a viagem com despesas pagas pela CBD.
Convidou o campeão austríaco, o Rapid Viena, mas até este recusou [6ª], e em seu lugar veio o vice, Austria Viena. Até mesmo o campeão paraguaio recusou o convite, e neste caso nem o vice aceitou. Veio então o 3ª colocado do Paraguai, o Libertad.
Resumindo, a Copa Rio de 1952, sem qualquer envolvimento ou aval da FIFA, teve ao menos 7 recusas, e acabou sendo formado com apenas 3 campeões nacionais, o Sporting de Portugal, o Penarol do Chile e o Grasshoppers da Suíça. A avacalhação foi tal, que na semi-final o Penarol deu um W0 no Corinthians, não comparecendo ao Pacaembu, desistindo do jogo de volta da semi-final, o que levou o Corinthians à final para levar uma piaba o Fluminense.
Já o às vezes citado torneio de 1953 nem era mais Copa Rio. Era outro torneio, nomeado como "Torneio Octogonal Rivadavia Corrêa Meyer", sem qualquer critério, com 2 paulistas, 3 cariocas, mais um convidado do nivel do Hibernunan da Escócia...
Em suma, APENAS o torneio de 1951 teve participação direta da FIFA tanto na sua concepção, organização, convites, acompanhamento de Secretário da entidade, até a entrega final de Taça e medalhas feito por membro da FIFA. O torneio de 1952 foi um torneio local, marcado por recusas e vices, e o de 53 simplesmente não existiu.
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